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Dr Fernando Valério

Doença Celíaca e acompanhamento médico

Atualizado: 28 de out. de 2021




Muito sobre a doença celíaca (DC) se concentra no seu DIAGNÓSTICO, o que é muito justo, visto que somente 15% dos pacientes celíacos estão diagnosticados, e é preciso que se encontre uma causa para os sintomas que tantos prejuízos trazem a estas pessoas. Mas é preciso também estar atento aos celíacos já diagnosticados.


TODA DOENÇA CRÔNICA REQUER ACOMPANHAMENTO CLÍNICO!


Atualmente, o único tratamento eficaz para a DC é evitar completamente o GLÚTEN na dieta. A dieta sem glúten leva à melhora significativa dos sintomas, normalização dos anticorpos produzidos pela doença e melhora da qualidade de vida.


A dieta isenta de glúten e sem contaminação é de difícil seguimento, com custo mais alto e socialmente restritiva, o que pode trazer baixa satisfação aos celíacos com o tratamento necessário. Isto faz com que alguns pacientes se arrisquem em alguns momentos, como em reuniões de família e amigos, em restaurantes não especializados em alimentos sem glúten ou em viagens. Este gerenciamento inadequado da dieta, seja intencional ou não, traz riscos e deve ser acompanhado. A relação entre a quantidade de glúten ingerida e o desenvolvimento de sintomas e alterações intestinais não estão claramente definidos, e a quantidade exata de glúten que as pessoas com DC podem tolerar diariamente sem sofrer efeitos deletérios também não foi totalmente estabelecido. Em outros termos, é necessário entender o quão RIGOROSA a dieta sem glúten precisa estar!


Como a DC é uma condição inflamatória que afeta vários sistemas e órgãos, o respeito à dieta e acompanhamento médico regular reduzem os riscos de complicações nutricionais, doenças autoimunes associadas e de tumores malignos, condições estas que podem implicar no AUMENTO DE MORTALIDADE em celíacos. Um estudo italiano mostrou mortalidade notavelmente mais alta (5 vezes maior que o esperado) em celíacos que não aderiram ou aderiram apenas parcialmente à dieta. E outros estudos também mostram outras complicações a longo prazo, como danos ósseos, alterações neurológicas, doenças autoimunes e tumores, por exemplo.


Erros na tentativa de manter uma dieta sem glúten também trazem riscos, como carências nutricionais e alterações metabólicas (obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes, aumento de colesterol).


Por isso é importante que pacientes celíacos, tanto crianças/adolescentes como adultos, estejam em acompanhamento clínico, com intervalos definidos de acordo com o tempo de diagnóstico, sintomas e evolução clínica. Médicos, nutricionistas e psicólogos fazem parte da equipe de acompanhamento.

E reforço, mesmo celíacos experientes precisam ser avaliados!


Como forma de exemplificar um dos protocolos de acompanhamento, compartilho com vocês o sugerido pela European Society for the Study of Coelicac Disease (2019).






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